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A história do Axé:


Axé, saudação do candomblé, não é movimento, ou gênero musical, mas sim uma rotulação mercadológica dada à música feita por uma série de artistas que misturam ritmos nordestinos, caribenhos e africanos com embalagem pop-rock. Expressão corrente no circuito musical, ela foi anexada, nos anos oitenta, à partícula music pelo jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.

A história do Axé, porém, é mais antiga. Nos anos 50, Dodô e Osmar subiam em uma Fobica (um Ford 1929) tocavam frevo com rudimentares guitarras elétricas (batizadas de guitarras baianas). Nascia o Trio Elétrico. Em 1968, Caetano imortalizou o termo com a música Atrás do Trio Elétrico. Mais tarde, Moraes Moreira, dos Novos Baianos, subiu num trio – até então, apenas instrumental - para cantar. Paralelo aos trios, surgiram os blocos afro: Filhos de Gandhi, Badauê, Ilê Ayê, Muzenza, Araketu e Olodum. Usando instrumentos das escolas de samba do Rio, eles tocavam ritmos africanos, maracatu, samba e merengue.

Nos 80, a música de Bob Marley contaminou a Bahia com cadência e letras. Foi então que o Olodum criou o samba-reggae. As músicas chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Logo, Luís Caldas (do trio Tapajós) e Paulinho Camafeu juntaram o frevo elétrico dos trios e o ijexá, que rendeu, em 1986, o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: Fricote. A modernidade das guitarras se encontrava com a tradição dos tambores.

Rapindinho, a nova geração de estrelas surgia: Lazzo, Banda Reflexus, Sarajane, Cid Guerreiro, Chiclete com Banana e Margareth Menezes, com carreira internacional, abençoada por David Byrne (Talking Heads). Pouco depois, Paul Simon colocou o Olodum no disco The Rhythm of The Saints.

A nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco Araketu, gravado pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No Brasil o marco é Daniela Mercury com O Canto da Cidade. Os 90 foram do Axé. Nomes como Banda Beijo, Banda Eva, Chiclete com Banana, Araketu, Cheiro de Amor e É o Tchan venderam juntos nada menos que 3,4 milhões de discos.

O Axé se fortalecia comercialmente. Enquanto isso, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana, como a Timbalada, grupo liderado por Carlinhos Brown (cuja Meia Lua Inteira tinha estourado na voz de Caetano), e que veio com a proposta de resgatar o som dos timbaus. Paralelo à Timbalada, Brown lançou dois discos solos – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man (1998), que obteve grande reconhecimento no exterior. A Timbalada virou trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do Candeal.

Foi em 1995, porém, que deu as caras o maior fenômeno comercial de Salvador. Em seu terceiro disco, o grupo Gera Samba estourou o sucesso É o Tchan, com a ajuda dos sacolejos de Carla Perez e Débora Brasil. Entre um "segura o tchan" e outro, a banda teve que mudar de nome, processado por um outro grupo, de um irmão do integrante Compadre Washington. Rebatizado de É o Tchan, o antigo Gera Samba inaugurou a face do axé que seria conhecida como bunda music, de ênfase nas coreografias libidinosas e treras com duplo sentido. A mídia adotou o É o Tchan. Realizaram-se até concursos na TV para a escolha da morena e depois da loura que iriam substituir Débora e Carla. Sucessos foram produzidos em série: Dança do Bumbum, Dança da Cordinha, Ralando o Tchan, É o Tchan! no Havaí, A Nova Loira do Tchan. O grupo ultrapassou milhão de discos vendidos.

A superexposição nos meios de comunicação e as pressões da indústria inevitavelmente levaram o axé ao esgotamento artístico e comercial. Em 1999, ano em que o pop ressurgiu como uma força, o gênero experimentou um significativo declínio nas vendagens de discos. Mas Ivete e Cláudia Leitte resistem no topo.

                                             

A TV Axé Bahia relembra as músicas e vídeos inesquecíveis:

           Ilê Ayê – Gilberto Gil                              

   Fricote – Luís Caldas

 

           Eu Sou Negão – Gerônimo 

  Olodum - Salvador Não Inerte                

Madagascar – Banda Reflexu’s

 

 

 Meia Lua Inteira -   Caetano Veloso  

  

O Canto da Cidade – Daniela Mercury

  

     É o Bicho - Ricardo Chaves

Cara Caramba – Chiclete com Banana

Milla – Netinho

A Namorada – Carlinhos Brown

Água Mineral – Timbalada

É o Tchan – Gera Samba

Dança do Bumbum – É o Tchan

Liberar Geral – Terrasamba

Dança da Sensual – Banda Cheiro de Amor

Confira também os principais DVD's que marcaram o Axé Music: